O Para-Sar, conhecido como a unidade de elite da Força Aérea
Brasileira (FAB) com integrantes do Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento
(EAS), atuante em ações de resgate e operações especiais, completou 50 anos no último
dia 20 de novembro. A data foi celebrada com uma solenidade militar na Base
Aérea de Campo Grande (MS).
O evento contou com a presença do Comandante Militar do Oeste
(CMO), General de Exército João Francisco Ferreira, e do Comandante da Segunda
Força Aérea (II FAE), Brigadeiro do Ar Carlos José Rodrigues de Alencastro.
Dezenas de ex-integrantes da unidade, militares da ativa e da reserva,
participaram da cerimônia.
“O Para-Sar é de extrema importância para a Força Aérea
Brasileira, como para a aviação como um todo no Brasil. Faz parte de um
contexto de busca e salvamento. Além disso, é uma tropa especializada em
operações especiais e que está participando de atividades no Brasil, como a
Copa das Confederações, a Rio+20 e ainda vem por aí a Copa 2014 e as Olimpíadas
de 2016”, afirma o Comandante da II FAE.
Resgates - Com 16 anos de Para-Sar, o Tenente Edward Wilson Sadler
Guedes, perdeu a conta de quantos resgates realizou. Os acidentes de grande
proporção, porém, estão presentes na memória. Em 2000, ajudou a resgatar
pessoas doentes e levar comida e água para os atingidos pelas enchentes de
Pernambuco e Alagoas. No ano seguinte, trabalhou no resgate de militares da FAB
que estavam no C-130 Hércules da FAB que chocou-se com a Pedra do Elefante em
Niterói (RJ). No acidente do voo Gol 1907 (2006) passou 22 dos 45 dias no meio
da mata.
“Eu havia retirado o corpo de um menino. Alguns dias
depois, quando eu consegui ligar e falar com minha esposa, ela comentou que no
voo havia um menino, ele chamava Daniel. Pela descrição, lembrei que eu havia
retirado o corpo dele. O menino tinha exatamente a idade do meu filho. Naquele
momento eu fiz a relação com minha família. Por um momento, eu parei”,
afirma.
Sabedores das condições e das situações que vão encontrar
no caso de acidente, os homens do Para-Sar reconhecem a necessidade do
treinamento rigoroso. “Na hora da operação, eu preciso ter certeza que
meu colega não vai recuar”, avalia Sadler. Ele aprendeu a lidar com a dura
rotina da profissão com o Sargento Rosemberg José de Araújo que, por 31 anos
(de 1978 a 2009), dedicou-se integralmente à unidade.
Há uma década no Para-Sar, o Tenente Médico Felipe
Domingues Lessa, participou do resgate das vítimas nas enchentes de Santa
Catarina em 2008. Ele lembra do dia em que ajudou a retirar cerca de 100
moradores da região do Morro do Baú que estavam ilhados. O helicóptero, que não
pode operar à noite, tinha capacidade para carregar 30 passageiros de cada vez.
Já estava anoitecendo e o lago formado atrás da encosta prestes a romper. “Na
última viagem, a gente colocou 40 pessoas dentro. Por causa do peso, o
helicóptero passou bem perto da copa das árvores. Quando a gente olhou para
trás, a barragem tinha rompido e levado tudo”, relata o médico.
De acordo com o Comandante do Para-Sar, Coronel Ivandilson
Diniz Soares, no início do próximo ano, o Para-Sar também vai reforçar as
equipes das unidades de resgate em todo o Brasil.
Fonte:Força Aérea Brasileira
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