sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Caças Suecos Gripen-NG estarão reforçando a defesa aérea brasileira

O caça Grippen-NG foi o escolhido pela FAB


A presidente Dilma Rousseff bateu o martelo e o governo brasileiro decidiu que os caças Gripen-NG, fabricados pela Suécia, serão integrados à defesa do espaço aéreo nacional. Ministro da Defesa, Celso Amorim e o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, concordaram com a compra de 36 aviões de combate por US$ 4,5 bilhões. O valor está bem abaixo do que previa o mercado para a operação que chegava aos US$ 7 bilhões, no momento inicial. O cronograma prevê a chegada do primeiro jato ao Brasil em 2018. O acerto final dos detalhes da compra deverá se alongar por mais 12 meses.


– Eu gostaria de dar aqui uma informação inaugural: eu instruí o ministro da Defesa, Celso Amorim, a anunciar (nesta quarta-feira) a decisão sobre a compra do FX e sobre a parceria que iremos fazer sobre o FX-2 – disse Dilma.

A notícia foi transmitida pela presidente Dilma Rouseff durante seu discurso na solenidade de apresentação de oficiais-generais recém-promovidos. Minutos antes de dar a notícia, Dilma citou o presidente francês, François Hollande, dizendo que o colega falou que queria fazer uma parceria com o Brasil não por uma razão “etérea”, mas porque o Brasil será a economia que mais crescerá nos próximos anos, sinalizando que o governo pode ter optado pela empresa francesa.

Longa negociação
A decisão ocorre após mais de uma década de avaliações para aquisição dos caças suecos Gripen- NG, da sueca Saab, para a Força Aérea Brasileira (FAB) do programa FX-2. O ministro Celso Amorim e o brigadeiro Juniti Saito, fizeram o anúncio da compra dos caças. Trata-se de um final inusitado para a disputa, que teve ao longo do segundo governo Lula o francês Dassault Rafale como o principal favorito – o avião chegou a ser anunciado como escolhido pelo presidente e seu colega Nicolas Sarkozy em 2009, mas o governo brasileiro recuou após a insatisfação da FAB, que não havia sido consultada sobre a decisão.

O Rafale tinha o preço como principal obstáculo, com um total de US$ 8 bilhões, embora descontos tenham sido negociados. No governo Dilma Rousseff, os norte-americanos e o Boeing F/A-18 passaram à dianteira por causa de sua oferta comercial mais atraente, de declarados US$ 7,5 bilhões, mas com diversas compensações, embora a transferência de tecnologia tenha sido um dos pontos mais criticados. A Boeing chegou a associar-se para vender o novo cargueiro da Embraer, o KC-390. O escândalo da espionagem da Agência Nacional de Segurança norte-americana, que incluiu Dilma no rol das autoridades alvo de espiões, também ajudou a excluir, politicamente, o F-18.


Desta forma, o Gripen, criticado por ser menor do que os concorrentes e menos testado em combate, assumiu a liderança do certame.  A própria FAB já havia emitido um parecer favorável ao caça em seu primeiro relatório sobre a escolha, ainda em dezembro de 2009. O pacote de 36 aviões foi oferecido por US$ 6 bilhões, mas a compra deve ficar mesmo em torno de US$ 5 bilhões.


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