O caça Grippen-NG foi o escolhido pela FAB
A presidente Dilma
Rousseff bateu o martelo e o governo brasileiro decidiu que os caças Gripen-NG,
fabricados pela Suécia, serão integrados à defesa do espaço aéreo nacional.
Ministro da Defesa, Celso Amorim e o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito,
concordaram com a compra de 36 aviões de combate por US$ 4,5 bilhões. O valor
está bem abaixo do que previa o mercado para a operação que chegava aos US$ 7
bilhões, no momento inicial. O cronograma prevê a chegada do primeiro jato ao
Brasil em 2018. O acerto final dos detalhes da compra deverá se alongar por
mais 12 meses.
– Eu gostaria de
dar aqui uma informação inaugural: eu instruí o ministro da Defesa, Celso
Amorim, a anunciar (nesta quarta-feira) a decisão sobre a compra do FX e sobre
a parceria que iremos fazer sobre o FX-2 – disse Dilma.
A notícia foi transmitida
pela presidente Dilma Rouseff durante seu discurso na solenidade de
apresentação de oficiais-generais recém-promovidos. Minutos antes de dar a
notícia, Dilma citou o presidente francês, François Hollande, dizendo que o
colega falou que queria fazer uma parceria com o Brasil não por uma razão
“etérea”, mas porque o Brasil será a economia que mais crescerá nos próximos
anos, sinalizando que o governo pode ter optado pela empresa francesa.
Longa negociação
A decisão ocorre
após mais de uma década de avaliações para aquisição dos caças suecos Gripen-
NG, da sueca Saab, para a Força Aérea Brasileira (FAB) do programa FX-2. O ministro Celso Amorim e o
brigadeiro Juniti Saito, fizeram o anúncio da compra dos caças. Trata-se de um
final inusitado para a disputa, que teve ao longo do segundo governo Lula
o francês Dassault Rafale como o principal favorito – o avião chegou a ser
anunciado como escolhido pelo presidente e seu colega Nicolas Sarkozy em 2009,
mas o governo brasileiro recuou após a insatisfação da FAB, que não havia
sido consultada sobre a decisão.
O Rafale tinha o
preço como principal obstáculo, com um total de US$ 8 bilhões, embora descontos
tenham sido negociados. No governo Dilma Rousseff, os norte-americanos e o
Boeing F/A-18 passaram à dianteira por causa de sua oferta comercial mais
atraente, de declarados US$ 7,5 bilhões, mas com diversas compensações, embora
a transferência de tecnologia tenha sido um dos pontos mais criticados. A
Boeing chegou a associar-se para vender o novo cargueiro da Embraer, o KC-390. O escândalo da
espionagem da Agência Nacional de Segurança norte-americana, que incluiu Dilma
no rol das autoridades alvo de espiões, também ajudou a excluir, politicamente,
o F-18.
Desta forma, o Gripen, criticado por ser
menor do que os concorrentes e menos testado em combate, assumiu a liderança do
certame. A própria FAB já havia emitido um parecer favorável ao caça em
seu primeiro relatório sobre a escolha, ainda em dezembro de 2009. O pacote de
36 aviões foi oferecido por US$ 6 bilhões, mas a compra deve ficar mesmo em
torno de US$ 5 bilhões.
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